Existe luxo e branding na Amazônia?

maio 16, 2024

Luxo, derivado do latim Luxus, remete à magnificência, especialmente em qualidade e grandiosidade. E branding refere-se à associação positiva de uma causa ou produto com emoção, reputação e imagem. Com aproximadamente 5 milhões de km² de floresta, a Amazônia é a maior floresta tropical do mundo, apresentando vastas possibilidades na bioeconomia e negócios de impacto.

Certamente, há luxo e branding na Amazônia. No entanto, esses conceitos não são tão óbvios e ostensivos como vemos diariamente na mídia. O luxo na Amazônia reside no conhecimento tradicional de seus povos e na profunda conexão deles com a floresta. Esta conexão, muitas vezes não escalável, é onde reside o verdadeiro luxo: a produção artesanal única, que valoriza a exclusividade sobre a reprodução em massa.

Marty Neumeier, em “The Brand Flip”, argumenta que as pessoas não compram produtos, mas se associam a ideais, histórias e personalidades que aspiram incorporar. Na Amazônia, esses ideais, histórias e sabedorias são intrínsecos à identidade dos povos que lá habitam, formando naturalmente o storytelling.

Em minha experiência como estrategista de marca, observo uma constante mistura de branding com publicidade no mercado. Essa fusão muitas vezes torna o branding inacessível ou ilusório para economias e marcas de atuação diferenciada, como as da bioeconomia amazônica. Profissionais de comunicação frequentemente aplicam métricas e métodos urbanos, perdendo a essência e o potencial de negócios ricos conceitualmente.

As marcas genuinamente amazônicas já possuem a base necessária para o branding e o luxo. Elas precisam ser destacadas, dinamizadas e otimizadas para que produtos e serviços de impacto se posicionem de forma eficaz no mercado.

Por Karol Alfaia – Sócia-Diretora e Estrategista de Marcas na Libra

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