
O Projeto
A convite da segunda edição da Casa Amazônia, fomos desafiados a construir uma identidade visual que traduzisse o poder de uma Amazônia que fala por si. Uma ação liderada por amazônidas, realizada durante a principal semana pelo clima dos Estados Unidos, The Climate Week um dos centros globais de influência política e científica.
Mais do que representar visualmente um evento, a proposta era dar forma a uma experiência imersiva, sensorial e política, em que vozes dos territórios amazônicos ganhassem espaço com protagonismo, ancestralidade e visão de futuro.
A identidade nasceu da floresta mas não de forma literal. Escolhemos criar um símbolo vivo, que reunisse os elementos principais do bioma amazônico, suas cosmovisões, sua fertilidade e seu espírito regenerativo.


O Desafio
Como representar visualmente um território múltiplo, complexo e ancestral sem cair em estereótipos?
Como transformar a Casa Amazônia em uma presença que, mesmo fora do Brasil, carregasse o peso simbólico da floresta, das vozes indígenas, dos saberes locais e dos corpos que constroem a Amazônia todos os dias?
Era necessário criar uma identidade visual que fosse ao mesmo tempo estética, simbólica e política, capaz de expressar a fertilidade criativa do bioma, sua força cultural e seu poder de gerar novas narrativas.
A Solução
Nos inspiramos no mito da Iaçá, figura indígena associada à criação do açaí e ressignificamos sua narrativa. Em vez de mostrar a morte, escolhemos o nascimento: uma mulher em posição fetal, que não termina, mas começa uma nova vida.
Essa figura central dá origem a uma árvore híbrida, que une: o cacho de açaí (fruto da Iaçá), o ouriço da castanha-do-pará e os cortes da seringueira,
Todos os elementos símbolos da nossa biodiversidade e das economias que sustentam o território.
Do corpo dela também nascem o pirarucu (saltando em direção à água) e grafismos que ecoam os traços da floresta. O olhar aparece como um elemento sagrado seus cílios se transformam em frutos, indicando que tudo que vê também gera vida.
Os Resultados
Essa composição mistura mito, território e futuro. Representa a fertilidade simbólica e política da Amazônia, e nos convida a ver o bioma não como um cenário, mas como sujeito de criação, ancestralidade e transformação.